terça-feira, 29 de setembro de 2009

HUMAN RELATIONSHIPS


Transcrição de uma das muitas conversas/entrevistas que gravei para escrever o primeiro livro como Ghost....
Terapia de ‘joelhaço’, como diria uma amiga psiquiatra.



Interlocutor 1: Sucesso e realização pessoal são coisas diferentes, hoje ter sucesso é ser bem resolvido financeiramente, ter estabilidade, poder adquirir coisas materiais... a realização pessoal nem sempre está ligada à isso....realização pessoal está ligado ao que vem do interior e não do exterior...
Eu acho que muitas vezes colocamos todas as soluções dos problemas em algo exterior, fora de nós, quando que a solução está justamente no oposto disto... ou tu achas que, por exemplo, mesmo tendo passado num concurso público, estar ganhando bem e tal, tu não vais continuar com os mesmos questionamentos em relação a ti mesmo e aos outros?

Interlocutor 2: Bom, ai entra a idéia das hipóteses, uma delas poderia ser que mesmo tendo se esforçado e passado num concurso publico, sempre entram outras questões e desejos, especialmente aqueles que não escolhemos, como por exemplo, porque não me esforcei mais e não fiz medicina?

Interlocutor 1: é, assim como ouvimos ontem na palestra, podemos tudo o que quisermos, não temos limitações, somos capazes de qualquer coisa, inclusive de coisas horríveis....mas fora desse conceito de limitações, existe outra coisa que é o nosso emocional, as nossas limitações emocionais, e nisso incluem-se várias coisas, as briga com os familiares, as cobranças, o peso que colocamos nas coisas, o rancor, a mágoa que certas situações ocasionam...

Interlocutor 2: Se não estivermos preparados emocionalmente para agirmos de certa maneira, nunca vai dar certo, por mais que eu esteja me propondo e querendo, pois o que entra em jogo ai é o emocional, em saber lidar com as adversidades e com as pessoas que pensam diferente de ti, mas que te complementam de certa forma...

Interlocutor 1: Lembrei da entrevista com o praticante do zen budismo que disse uma frase que adorei: “Quando você discorda de mim eu não te considero meu inimigo, mas meu complemento”....

Interlocutor 2: O que significa que por mais que a gente ache que os outros agiram errado em certas situações, isso tem que ser levado como teu complemento, não como algo que te enfraquece, por que te deixa com raiva, com desilusão.... interessante seria pensar que eles também sofreram “imputs” de várias lados e de várias pessoas para serem quem são e terem a personalidade que tem.....assim como nós....que somos assim pelo que já passamos, pelo o que vivemos na infância, na adolescência e por ai vai....

Interlocutor 1: Mas saindo da generalidade e indo para o pessoal, o que percebi nas palavras que foram ditas ontem de noite, aqui em casa, foi muita mágoa e por mais que seja duro acreditar nisso, agora, o que pode fazer com fiques melhor em relação à isso é aceitar as pessoas como elas são, não querer mudá-las, isso é aceitação, é perdão, humildade....
Vai lá, fala com eles, mas tens que ir de peito aberto, sem pedras na mão, só com amor....é só ele que pode te deixar melhor nesse momento que tu tá passando....

Interlocutor 2: Talvez seja por isso que eu me distancio das pessoas que gostam de mim, não deixo que elas se aproximarem muito porque acho que não vou conseguir corresponder a altura, ai acabo me fechando.

Interlocutor 1: é, partindo do princípio de que tudo depende da gente e de que as mudanças só saem dos planos das idéias com ações, eu acho que isso seria uma ação mais do que honrosa da tua parte....ir lá.....tu já mandou flores, o que foi uma declaração de amor silenciosa, só falta olhar no olho, abraçar, ser amada...deixar que os outros te amem....
Sinto que o que tu mais quer é afeto, mas tu cobra por ele, justamente das pessoas que tu mesmo parece querer te livrar, o que na verdade é o oposto, o que tu mais quer é o afeto deles, para isso tu tem que fazer a tua parte...

Interlocutor 2: Difícil tudo isso, sem dúvida, todo mundo errou nessa briga, já falamos sobre isso, também fui infantil.

Interlocutor 1: acho que se tu te abrir quanto a isso vai ser melhor, tu vais tirar um peso de ti, pois a percepção que tenho é que carregas um fardo, mas que fique bem claro, que esse fardo tu carregas por que tu queres, pois a situação pode ser mudada, a qualquer hora, só depende de ti.

BRINCADEIRA DE CRIANÇA





Nada mal essas casas de árvores.
O inventor é um arquiteto alemão, Andreas Wenning, que justifica sua criatividade através do que não teve "Nunca tive uma casa na árvore quando criança, mas sempre gostei de espaços pequenos. Curto a simbiose entre arquitetura experimental e natureza”, afirma. (revista Trip, set. 2009)

Se todas as nossas faltas refletissem 'construtivamente' assim....

Well, ele iniciou a desenvolver esse tipo de construção em 2003 e hoje é considerado um dos maiores especialistas do mundo em treehouses. Já ergueu casas assim nos EUA, Europa e também no Brasil, em Curitiba. Recentemente lançou um livro apresentando 35 projetos.

Aposto que não são só crianças que brincam nesses aposentos...

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

PATRÍCIA VILELA EM CARTAZ




Estreiou no dia 17 de setembro, o espetáculo "Safo", de Ivam Cabral, livremente inspirado no poema "Safo ou o Suicídio", de Marguerite Yourcenar e em Virginia Woolf.

A peça, interpretada por Patrícia Vilela e dirigida por Silvanah Santos estará em cena no Espaço dos Satyros Um (SP), às quintas-feiras, sempre às 21h30.

"Safo" é uma das dez peças indicadas pela revista Bravo deste mês.

"A peça mistura elementos contemporâneos e de época com recursos sonoros e visuais, resultando num híbrido de linguagens. Esse híbrido se justifica na medida em que Safo era, para o seu tempo, uma artista-pedagoga de múltiplas linguagens. Em sua escola, as jovens aprendiam dança, poesia, música, etc. A trilha sonora é trabalhada com elementos do pop, de Nico à Amália Rodrigues, em um desfile de vozes e expressões femininas." (retirado do release do espetáculo).

Desde que recebi o material de divulgação, que achei lindo por sinal, fiquei doida pra postar e mais doida ainda para ir ver ao vivo e a cores, essa prima querida, que muito me encanta com seu jeito louco e teatral de ser.

Em breve estarei por Sampa para prestigiá-la. Me aguarde!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

SABER AMAR....

...é deixar alguém de amar....

Definitivamente. Gosto de quem gosta de mim.
Inevitavelmente. Me apego à essas pessoas.

...todas as formas de se controlar alguém só trazem um amor vazio...
...saber amar...é saber deixar alguém te amar...


terça-feira, 1 de setembro de 2009

"E existe a trajetória...em matéria de viver nunca se pode chegar"


A frase da Clarisse Lispector no título resume bem a pauta de hoje.

A travessia da felicidade.

Tema mais do que polêmico. Mas tenho cá pra mim que a felicidade está muito mais intimamente ligada ao fazer do que ao ter. Até mesmo porque para ter é preciso fazer.

Parece óbvio.
Acontece que na prática e nas conversas cotidianas que ouço por ai, revela-se o contrário: "quando eu conseguir comprar aquilo ou quando eu tiver terminado aquilo outro ou quando eu emagrecer sei lá quanto ou quando eu conseguir passar num concurso público, ai sim, terei conquistado a felicidade"

Marisa Elzirik, psicolóloga, doutora em Educação e coordenadora do Comitê de Pesquisa e Sociedade de Psicologia da UFRGS diz que "...a felicidade não é um humor ou um estado de ânimo, por mais exaltados e duradouros que sejam, mas o resultado de uma vida bem conduzida, ou seja, das escolhas e valores que definem nosso percurso. Jamais será um estado final, que se possa adquirir e tomar posse de uma vez por todas"

Simples e direto assim, o que ela quis dizer é que não adianta a gente ficar colocando tudo lá pra frente, porque o que tá pegando agora, vai continuar pegando lá na frente se não percebermos que nossa conduta atual está nos prejudicando ou que temos que AGIR ao invés de ficar somente no plano das ideias....

Ainda no mesmo artigo ela fala que a felicidade é uma atividade como qualquer outra, que se cultiva e que se constrói e que, por alguns momentos, se conquista e se desfruta. A felicidade é sempre fonte de alegria, mas está sempre a exigir de nós empenho, amor e contínuo recomeço...

ah os recomeços!!! Eu volta e meia falo deles e acho que é fundamental nos darmos conta das inúmeras vezes que recomeçamos na vida. Não é à toa que todos os recomeços pressupõem términos ou no mínimo uma mudança na forma com que encaramos cercas situações no nosso dia-a-dia. Há vários níveis de recomeços e de términos.

Mas ainda na pauta da felicidade "... escolher a si mesmo, em termos de uma ética e de uma estética de si, significa que não se escolhe apenas seu amado, mas toma-se a si mesmo como amante".

O mais legal nesse texto é que ela vai conduzindo a questão para o lado bem íntimo e pessoal mesmo, aquela história de que o que é a travessia da felicidade para mim pode não ser para você. Nessa parte ela fala sobre a consciência das escolha que fazemos, que ela sempre está presente ao se fazer a opção, mas que é a continuidade da vida, ou seja - a seqüência dos compromissos assumidos - que qualificará a escolha como decisão.

No final ela utiliza a metáfora da viagem e cita Nietzsche, dizendo que ele aconselhava conceber o pensamento sob o signo da viagem e não sob o signo da parada, que seria uma das maneiras de fugir do imobilismo. É como trocar de pele ou olhar diferentemente para o que se conhece. Exercitar um olhar viajante, um olhar estrangeiro.

E continuando na metáfora das viagens ela termina: "Viagens supõe distância, proximidade, tempo, espaço, inclusões e exclusões, extensões - potência de estar em algum lugar - um entre/passagem. Supõe também saltos e rupturas, supõe riscos, desassossego, vertigem. Viagens assim têm um preço, que é a nossa própria transformação"