quinta-feira, 29 de janeiro de 2009


"Ela vive escondida em algum recanto do impossível. Ele busca o concreto absoluto por excesso de crença no fracasso de tudo".


é por ler frases como essas, numa noite chuvosa, na rede nova, aqui de casa, que cada vez mais me encanto pelas palavras e pelas pessoas que as escrevem...


quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

VALEI-ME, DEUS....

Durante um papo descontraído, com amigas descoladas, num restaurante delicioso, o Djavan entrou em pauta como um dos cantores mais sensíveis do Brasil....
Lá pela quarta ou quinta taça de espumante, entre um cantarolar baixinho de uma de suas músicas, uma das amigas descoladas contou a história da música Flor de Lis.
Para quem não sabe é mais uma daquelas composições que se originaram de uma tragédia.
Djavan era casado com Maria, que estava grávida de Margarida.
Houve complicações no parto, ele teve que optar entre a mulher ou a filha.
Por ironia do destino as duas morreram.


Daí surgiu a música Flor de Lis:

Valei-me Deus,
é o fim do nosso amor
Perdoa por favor, eu sei que o erro aconteceu
Mas não sei o que fez, tudo mudar de vez
Onde foi que eu errei, eu só sei que amei, que amei, que amei, que amei
Será, talvez, que minha ilusão
Foi dar meu coração com toda força
Prá essa moça me fazer feliz
E o destino não quis
Me ver como raiz de uma flor de lis
E foi assim que eu vi nosso amor na poeira, poeira
Morto na beleza fria de Maria
E o meu jardim da vida ressecou, morreu
Do pé que brotou Maria
Nem margarida nasceu

A melodia é linda.
Ele cantando arrasa, como sempre.
O guitarrista que o acompanha é muito bom, João Castilho.
Delicie-se!

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Parceiros Voluntários

Vim aqui, rapidinho, só pra dizer que a Parceiros Voluntários também publicou o meu texto àquele: O Terceiro Setor se comunica?
Tá lá no www.parceirosvoluntarios.org.br, no link Textos Referenciais / diversos
By the way, a assessoria de imprensa da instituição é muito boa, entrou em contato para me parabenizar e solicitar uma alteração, tendo em vista que o texto tem como base um dos capítulo do livro lançado por eles, no ano passado, O quinto poder - consciência social de uma nação.
É visita de médico mesmo, o tempo urge, correndo contra ele, na verdade.
beijos e até mais!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Milan Kundera


... no meio de vários livros sobre comunicação interpessoal, políticas públicas e redes sociais, meu pensamento foi lá pra Livraria Cultura e no cartão presente que ganhei de natal e que ainda não troquei.

A escolha vai ser por um livro que nada tenha a ver com os meus objetos de estudo e trabalho.
Sair um pouco fora desses temas, que vão me acompanhar por muito tempo, e entrar em outros, que me fornecem outras sensações, é o que vou buscar como leitura para os dias Off de carnaval.
O Milan Kundera é um dos autores que gosto pelo seu jeito de escrita....ele tá ali, descrevendo as ações dos personagens, detalhando fatos, pormenores e de repente, pá: ele fala direto contigo.
É como um chute no estômago.
A percepção que dá é de que toda a história dos personagens e a trama foram criadas para que lá pelas tantas ele pudesse dizer aquilo.
Nesses momentos, em que ele fala direto comigo, eu paro, e fico relendo mil vezes a maldita parte, como que para fixar aquela idéia.
Para ter uma noção do que estou falando e das lindas metáforas que ele usa, ai vão alguns trechos de A insustentável leveza do ser, romance que se passa na cidade de Praga, no ano de 1968. Foi publicado em 1984 e continua atual como nunca:

"O amor não se manifesta pelo desejo de fazer amor, esse desejo se aplica a uma série inumeráveis de mulheres, mas pelo desejo do sono compartilhado, este desejo diz respeito a uma só mulher"
"Não existe nada mais pesado que a compaixão. Mesmo nossa própria dor não é tão pesada como a dor co-sentida com o outro, pelo outro, no lugar do outro, multiplicado pela imaginação, prolongada em centenas de ecos. Amar alguém por compaixão não é amar de verdade."
"Mas o homem, porque não tem senão uma vida, não tem nenhuma possibilidade de verificar a hipótese através de experimentos, de maneira que não saberá nunca se errou ou acertou ao obedecer a um sentimento."

"O drama de uma vida pode sempre ser explicado pela metáfora do peso. Dizemos que temos um fardo sobre os ombros. Carregamos esse fardo, que suportamos ou não. Lutamos com ele, perdemos ou ganhamos. O que precisamente aconteceu com Sabina? Nada. Deixara um homem porque quis deixá-lo. Ele a perseguira depois disso? Quis vingar-se? Não. Seu drama não era de peso, mas de leveza. O que se abatera sobre ela não era um fardo, mas a insustentável leveza do ser."
"Aquilo que dá sentido à nossa conduta sempre nos é totalmente desconhecido."
"O que excita a alma é justamente ser traída pelo corpo que age contra a sua vontade, e assitir a essa traição."

"É impressionante como a adulação nos desarma!"

"É só na sexualidade que o milionésimo de diferença entre os seres humanos aparece, como que uma coisa preciosa, isto não se oferece em público e é preciso conquistar. "

"O que é o flerte? Pode-se dizer que é um comportamento que deve dar a entender que uma aproximação sexual é possível, sem que essa eventualidade possa ser entendida como uma certeza. Em outras palavras, o flerte é uma promessa de coito, mas uma promessa sem garantia."

E para terminar, pois o livro tem muito mais, uma metáfora linda dos relacionamentos:

"Enquanto as pessoas são ainda mais ou menos jovens e a partitura de suas vidas está somente nos primeiros compassos, elas podem fazer juntas a composição e trocar os temas. Mas quando se encontram numa idade mais madura, suas partituras musicais estão mais ou menos terminadas, e cada palavra, cada objeto, significa algo de diferente na partitura do outro."

Bom final de semana! Até mais!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Instituto Souza Cruz

É impressionante como a Web faz com que o nosso trabalho se espalhe por aí.

A partir do texto publicado no site pautasocial.com.br, que é um braço da coletiva.net, o Instituto Souza Cruz entrou em contato para pedir autorização para publicar o mesmo texto em seu site.

Já está lá, www.institutosouzacruz.org.br, na página inicial, na sessão Ler e Pensar, no Em foco.

O site é muito interessante, com vários textos e artigos sobre o Terceiro Setor e afins.

O Instituto nasceu em 2000, dando continuidade ao investimento da empresa que o mantém no campo da responsabilidade social corporativa.

Ok, eu sei que há controvérsias se a Souza Cruz pode ou não ser denominada como uma empresa socialmente responsável, em virtude do produto que ela vende, mas de qualquer forma a iniciativa é válida.

O Instituto reuniu ações sociais que já estavam sendo feitas pela empresa, voltadas principalmente para a conscientização acerca do meio ambiente, o incentivo a manifestações artísticas e culturais e de apoio ao produtor rural e suas famílias.

A questão que está no cerne do Instituto Souza Cruz é o compromisso em tratar a educação para o desenvolvimento humano sustentável.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

... e continuamos a repetir as nossas viciantes emoções...


Não era para eu estar aqui, estou no meio do caos, de um trabalho importante que tenho que entregar até o final do mês.
Mas já que vim e inclusive acho que o fato de eu ter vindo aqui, sem estar podendo, tem bastante a ver com o motivo deste post: nossos vícios emocionais.

Depois de falar com uma amiga ao telefone e conversarmos sobre a vida alheia, - o que é bem mais fácil do que falarmos da nossa - dei-me conta que estamos todos no mesmo barco, prontinhos para afundar em nossas viciantes emoções.

O texto a seguir tem como base um filme. Escrevi assim que terminei de assistí-lo, há quase dois anos.
Tenho a mania de anotar algumas falas dos filmes enquanto assisto.

Ai vai o texto, que mescla frases do filme com as minhas:

Como podemos dizer que vivemos intensamente todos os dias se o que fazemos é reconfirmar quem somos e o que é a nossa personalidade?

Se vivemos como "se hoje fosse ontem" e se não conseguimos controlar nosso estado emocional é bem provável que estejamos viciados nele.
Vício é aquilo que não conseguimos parar. Se mesmo tendo consciência de que o relacionamento que estamos vivendo já não nos serve mais e ainda assim não o terminamos é porque estamos viciados nessa emoção.

Será que podemos dizer que estamos apaixonados por alguém? Não estaríamos apaixonados pela antecipação das emoções em que estamos viciados?
Até mesmo porque podemos deixar de gostar dessa mesma pessoa se ela não colaborar conosco ou tiver comportamentos que não se adaptem aos nossos.

A nosso mente literalmente cria o nosso corpo, e tudo começa na célula.
O comando vem da rede neural do cérebro e para mudar temos que modificar nossa rede neural.
Para isso, temos que começar a mudar de identidade e de atitude ou a forma como interagimos com o nosso ambiente.
Todas as vezes que continuamos as mesmas pessoas estamos reforçando nossa identidade.

É interessante analisar que conhecemos as pessoas não somente através de seus pensamentos, mas, sobretudo conseguimos conhecer melhor as pessoas através de seus vícios, tanto os emocionais, como os comportamentais.

Mudança significa abandonar nosso velho eu, deixar para trás nossa identidade por alguns momentos e começar a especular quem poderíamos ser.
Mudar significa modificar nosso comportamento o bastante para que seja permanente.

Se mudarmos a nossa mente, mudaremos nossas escolhas?
Se mudarmos nossas escolhas, mudaremos nossas vidas?
Por que não conseguimos mudar?
Em que estamos viciados?
No que estamos quimicamente ligados e que não podemos nem pensar em perder?
Para não termos que encarar uma privação química, continuamos apegados a pessoas, lugares, coisas, épocas ou acontecimentos.

Por isso, o drama humano.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Fito Paez

Como prometido aí está o vídeo que falei do Fito Paez com a Gala Evora, quando ele começa a cantar é de arrepiar!
Enjoy it!!


segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

SOBRE PERDAS


“Se perdem gestos, cartas de amor, malas, parentes.

Se perdem vozes, cidades, países, amigos.

Romances perdidos, objetos perdidos, histórias se perdem.

Se perde o que fomos e o que queríamos ser.


Se perde o momento. Mas não existe perda, existe MOVIMENTO.”

Do filme o Signo da Cidade, dito pelo personagem de um enfermeiro ao um paciente, em seu leito de morte.


sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Sobre CD´S



Sabe aquele CD que quando recém comprado quase foi furado de tanto ouvir, pois é, isso já aconteceu comigo várias vezes. O último CD que ganhei, trazido direto de Buenos Aires, e que tive esse comportamento foi o do Fito Paez, No sé se es Baires o Madrid.
Gravado em abril de 2008, ao vivo, em Madrid, o disco tem participações maravilhosas, como a de Joaquin Sabina (http://www.jsabina.com/), Ariel Rot (http://www.arielrot.com/), Pablo Milanés e Gala Evora (http://www.galaevora.es/). Eu não conhecia Gala Evora, mas pela voz e interpretação que ela deu para Un vestido y un amor, cantada em parceria com o Fito, deu pra perceber que é uma boa cantora.
A música é de chorar de tão linda.
Para mim, a melhor faixa do disco é esta. Tem no you tube, só que eu não sei colocar aqui ainda. (assim que aprender coloco o vídeo, aqui)
Mas este post, na verdade, não era pra falar deste CD e sim de outro tipo de CD, daquele que a gente compra, ouve até enjoar, fica um tempão sem ouvir e depois de anos, tu ressurge com ele das trevas, o coloca de novo no som, e com apenas alguns segundos de música rolando, tu pensa: putz! esse CD é muito bom! tenho que voltar a ouví-lo.
Ontem, quando coloquei o Tambong, em espanhol, do Vitor Ramil, isso aconteceu comigo. É outro CD lindo de morrer, com versões muito boas, destaques para a faixa 3, Prado Verde, e para a versão que ele fez de uma música do Bob Dylan, Só você manda em você.
Esse foi um disco que eu ouvi muito, há uns 4 ou 5 anos.
Agora, suas músicas soam completamente diferente para mim, mas de qualquer maneira, tenham as minhas percepções mudado ou não, elas continuam maravilhosas.
No site do Vitor, http://www.vitorramil.com.br/ tem como baixar as músicas.
E pra finalizar, destaco uma frase do disco do Fito Paez, faixa 7, Contigo, composta por Joaquin Sabina:

"Amor quando não morre mata, porque amores que matam nunca morrem"
Até breve!

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O RETORNO





SALVE, SALVE 2009!



A volta para a capital gaúcha não foi nada fácil. Ir embora daquele paraíso (uma parte dele está na fotinho ai) é sempre bem complicado, ainda mais quando deixamos por lá amigos queridos.
Os desvios na Br deram o que falar e me deixaram apreensiva a viagem inteira.

Aos poucos o blog vai tomando um formato, ainda estou em fase de adaptações por aqui.

Já configurei para que os comentários possam ser feitos sem a necessidade de um cadastro.

Portanto, tá tudo liberado!

Um dos amigos queridos que deixei por lá me perguntou se o blog era fechado, se somente eu poderia postar. Respondi que a princípio sim, mas com o tempo as coisas podem mudar.

Como o próprio nome do blog diz "something in the way she moves" estou sempre em movimento, então nada é estático aqui, nem poderia, seria como ir contra a maré.
"O importante é ter trânsito", como diz uma outra amiga querida, e isso vale pro mundo virtual também.

A correria começou, por ora, posso indicar o link: http://www.pautasocial.com.br/, na sessão de artigos tem um texto meu publicado.

Até mais!