quarta-feira, 3 de junho de 2009

BARES, NOITE E AFETO


E numa noite dessas, ainda de outono, com cara de inverno, tive a oportunidade de ir a dois tipos de bares: um com afeto e outro sem afeto.

Explico. Esse conceito surgiu durante o segundo copo de chope que tomamos no primeiro bar, o qual não tinha afeto.
Foi essa a palavra que melhor exprimiu o que estávamos sentindo. Após algumas observações e acontecimentos, como não nos deixarem sentar em uma outra mesa, porque não podiam separá-las ou nao nos atenderem com a devida atenção, chegamos a conclusão que aquele bar não tinha afeto.

Ele era uma gracinha, por sinal, tinha tudo para ter afeto, mas não tinha. Decoração bonita, pé direito alto, luminotécnica do ambiente foi pensada... O próprio conceito do bar, que agora anda na moda por Porto Alegre, Boteco Carioca, era interessante, só que não tinha chope escuro (uma tradição nos reais bares cariocas). Além disso, tudo era bem mais caro do que o normal, na verdade eles super tentaram transportar o Rio de Janeiro para Porto Alegre, mas não vingou, ficou fake, palavra essa que também caracterizou algumas pessoas que lá estavam.

Os músicos (não só porque eram nossos amigos) estavam ótimos, repertório excelente, só que ninguém além de nós estava prestando atenção na música deles. Um som ambiente, mecânico, ou um pianista e um guitarrista, ao vivo, deram no mesmo. Quase configurando um autismo coletivo.

... em resumo, um bar "híbrido" e consequentemente sem afeto.

Ok, entendemos alguns argumentos de que o bar é novo, que as pessoas o estão conhecendo, se ambientando e tatátá...só que assim ó, esse bar never, ever vai ter o afeto, o acolhimento, e a sensação de pertencimento que o seguinte bar daquela noite nos proporcionou.

Assim que chegamos no bar com afeto fomos recebidos por conhecidos, o que já configurou uma sensação de identidade. Conseguimos uma mesa que contemplou fumantes e não fumantes, além de estarmos bem pertinho dos músicos, que não tinham a mesma qualidade técnica dos primeiros, lá do bar sem afeto, mas que tentaram e conseguiram fazer com que todos ali se sentissem em casa.

.... em resumo, um bar "com alma" e consequentemente com afeto.

Não preciso dizer que ficamos por lá até o assunto acabar.

Depois falo das Ilusões Polianas, outra pauta daquela noite.

Contribuiu para a criação do conceito a Isabelita Perón.

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