













































Viajar de carro é para poucos! (by the way, o filme Para Poucos, que está em cartaz no Instituto Nt é imperdível!)
Longas distâncias, horas a fio e um casal dentro de um carro não é para qualquer um.
Há de ter: paciência, muita conversa, muito pen drive com seleção musical e bom humor, bastante bom humor.
Como na vida tudo tem dois lados, a Road Trip também proporciona experiências que poucos vivenciam ou que poucos se possibilitam a ter.
É que quando se viaja de carro sempre se quer ir mais além. Deixe-me fazer entender.
A viagem para a Argentina e o Chile já estava em nossos pensamentos e planos há pelo menos uns 3 anos. Em 2010, quando compramos o carro o desejo ficou ainda mais latente, mas os acontecimentos e as escolhas da vida nos levaram a terras mais distantes.
Em 2012 não tivemos escolha, o Budget do momento não possibilitou irmos além mar e como já tínhamos essa trip na manga foi só colocar no papel o roteiro, encher o carro até o ponto de chamá-lo de ‘a partir de agora você é a nossa casa’, calibrar os pneus (entre várias outras verificações de segurança e itens que viajar de carro para um país vizinho acarreta) e ir.
Reitero que é para poucos, talvez mais para poucas do que para poucos. É que, em geral, são as mulheres que gostam de tudo certinho, arrumadinho, de tomar ‘banhinho quentinho’, tudo limpinho (claro que eu me encaixo nisso tudo), mas quando se faz uma viagem de carro nem tudo vai ser tão ‘inho’ assim. E é preciso se preparar para isso, tanto psicologicamente como fisicamente.
Mas contrariando às estatísticas e como meu lado masculino é bastante aflorado (talvez por ter sido criada pelo pai) eu me comportei bem e não só sobrevivi a todas as adversidades que uma Road Trip proporciona, como também me encantei com o que vi (acho a expressão: “me encanta”, em espanhol, linda! Ela é super usada pelos chilenos. Outra expressão que achei legal é “buena onda”, para designar pessoas que a gente chamaria de “gente boa”).
Mas voltando...viajar de carro possibilita ir mais além.
Como em nenhuma cidade, vilarejo ou cidadezinha fantasma que paramos tínhamos reserva em hostel, hotel ou pousada (e como tínhamos todos os apetrechos para acampar) as possibilidades eram muitas e a vontade também. Sempre que chegávamos ao destino que estava no nosso roteiro original (que, obviamente, foi mudado no decorrer da viagem) ponderávamos se era realmente ali que queríamos “quedar”.
Será que não haveria um lugar mais bonito há poucos kms dali? E se subirmos mais um pouco, o visual não seria mais “hermoso” ainda?
É dessa possibilidade que falo. Da suscitação da dúvida, do questionamento e conseqüentemente, do poder de escolha.
É desse ir mais além ou não que me refiro. De chegar, olhar ao redor e dizer: "É aqui! De frente pra essa montanha que eu quero dormir hoje" ou "Não! Toca pra frente! Aqui no mapa mostra que a gente tá pertinho do mar, vamos dormir ouvindo as ondas!"
A Road Trip tem como principal característica a possibilidade!
Ressalto esse aspecto porque deve ser muito chato ir numa agência de viagens, comprar um pacote e se deparar com um hotel que não vale o que se pagou ou com um lugar que não era o esperado e ter que ficar por 7 dias. Claro que há pacotes de viagens bem interessantes sendo vendidos por ai, mas a CVC que perdoe, pero viajar por conta própria, pelo menos até agora e na minha atual conjuntura de vida é bem melhor, muito mais divertido e econômico, ainda mais com um parceiro de viagem como o meu excelentíssimo! Que além de ser bacharel no métier é sagitariano, sendo assim, gosta de uma estrada e de viajar como ninguém.
Pois então... foi nessa busca por ir mais além, por perseguir os melhores visuais, o lugar mais bonito, o pico mais alto ou o mais inóspito que chegamos, encontramos ou ainda estamos buscando, enfim, a nós mesmos, a nós dois.
Viajar a dois de carro é tudo de bom! (e tudo de ruim ao mesmo tempo, pois nas horas de discussão, quase sempre oriunda por questões de localização, mapas e etc e tal, dá aquela vontade louca de abrir a porta do carro, sair e dizer: vou ir ‘mais além’ sozinha! Mas como não há essa possibilidade, seguimos viagem e após alguns kms rodados vem a calmaria. No final, com o tempo, com a música e com o diálogo precioso, o que prevalece é sempre o amor. Piegas por piegas só pode ser ele o principal elo ou o ponto de ligação entre duas pessoas que resolvem viver e - sempre que possível - viajar juntas).
Não é a toa que dizem que toda viagem proporciona uma viagem para dentro de si mesmo. Essa não foi diferente.
A convivência é tão intensa que é quase impossível não nos revelarmos, ou melhor, em viagens como essas é que aparecem com mais clareza as mudanças ocorridas, em ambos, ao longo dos anos. Acredito ser a aceitação dessas transformações no outro e em nós mesmos a engrenagem principal para o funcionamento saudável de uma relação.
Adoro redesenhar relações! Acho a constância uma chatice e a persistência em querermos que o outro mude uma burrice!
Essa viagem também me fez lembrar com uma pitada de nostalgia do tempo em que vivi na Nova Zelândia. Muitos lugares e sensações foram revividas. O visual das montanhas, das lagoas, a geografia das estradas da Argentinha e do Chile lembram bastante a NZ.
Mapa rodoviário, GPS e as palavrinhas mágicas: por favor, obrigada, bom dia... na língua local são fundamentais.
Perguntas como: onde vamos dormir hoje? Qual estrada iremos pegar? A autopista com mais quilometragem ou a de “ripio”? Fizeram parte do nosso dia-a-dia.
Escolhas feitas a toda hora, que no nosso cotidiano também são realizadas, mas que fazemos no automático. Já em viagens de carro não passam desapercebidas, pois são elas que te levarão ao próximo destino.
Em Road trips, os lugares mais bonitos, em geral, são os mais difícieis de chegar. Há sempre uma estrada de chão ou algumas pedras no caminho antes de um lugar que te faz perder o fôlego.
Contraste também foi outra palavra que caracterizou essa viagem. Pegamos frio/calor, usei biquini/gorro, estivemos em cidadelas/cidades cosmopolitas, degustamos almoços maravilhosos em vinícolas lindas harmonizados com vinho/jantares de acampamento (miojo com atum em lata) harmonizados com vinho nacional comprado no super!
Outra peculiaridade é que em questão de horas se muda o estilo de viagem.
Numa das últimas noites, dormimos num camping com vista para o vale hermoso (a foto da montanha com espelho na lagoa) e no outro dia almoçamos num restaurante fancy em Las Leñas. Na manhã do dia 14 de janeiro, por exemplo, estávamos fazendo um trekking em pleno Parque Nacional do Aconcágua, sendo que à noite jantamos, bem belos, num restaurante espanhol em Santiago do Chile.
Aliás, Santiago me encantou!
Eu gosto bastante de natureza, de visual de montanha, de mar, lagoa e tudo o mais. Tenho uma conexão bem forte com os 4 elementos e coisa e tal, mas me deslumbro mesmo é com pessoas!
Santiago se mostrou pra mim como uma das cidades mais cosmopolitas e diversificadas que já visitei. As possibilidades de bares, restaurantes e entretenimento são muitas. Pessoas de vários países na rua, de todos os tipos e orientação sexual. Quiçá Porto Alegre tivesse 1/3 da diversidade cultural, gastronômica e a multiplicidade que Santiago tem.
E quando se está na estrada de volta, naquela hora em que o coração aperta, pois gostaríamos de ficar mais e, ao mesmo tempo, estamos loucos para dormir nas nossas camas é que vem a ideia e o sonho para a próxima viagem. No caso, essa também já está há anos em nossos pensamentos: Tailândia, Camboja e Vietnã!
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p.s: ao clicar nas imagens elas ampliam e ficam melhor de visualizar!
Demais, que tudo essa dupla, essa trip! Beijos
ResponderExcluirLinda Marcela!! Essa trip foi demais mesmo! Saudades tuas!! Thiana
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