
Desde março participo da Rede Social de atendimento a criança e ao adolescente da Lomba do Pinheiro, uma região com alto índice de violência, drogadição, vulnerabilidade social...etc...etc... aqui de Poa. Cheguei lá em função do mestrado, mas cada vez mais percebo que não foi só por isso.
Hoje, a reunião foi totalmente atípica. A pedido da convidada e palestrante do dia, não começamos nos apresentando rapidamente, como sempre fazemos: nome e entidade ou órgão governalmental que se representa ou trabalha. Cada um de nós (uns 30) fizemos uma introdução mais detalhada, explicando o que nos trouxe até ali, quais eram as nossas ideias em relação ao trabalho que desenvolvemos fora dali e de que forma ele se articula com a Rede.
Na minha vez, tentei explicar o quê a comunicação pode vir a trazer para a Rede Social em questão, algumas de suas implicações e porque a imprensa pauta (ou não) a temática das Redes Sociais. Enfim, uma pouco das questões norteadoras do projeto de qualificação do mestrado (que já está atrasado e difícil de sair....)
Well, mas a questão que me trouxe aqui era a pauta da reunião de hoje: uma professora que iria falar sobre educação. Para minha surpresa, quando cheguei no Conselho Tutelar da Lomba do Pinheiro (local em que ocorrem as reuniões mensais) me deparei com uma senhora, de cabelos brancos e corpo forte, de 81 anos, que nos colocou frente a frente com questões das quais nunca havíamos pensado antes, ali, nos encontros da rede.
E no meio de seu discurso, de suas magníficas associações e de seu poder de enxergar a totalidade das situações, me questionei: será que daqui a 50 anos eu teria a ousadia de estar ali? Falando para psicólogos, assistentes sociais, pedagogos, professores, dirigentes de ongs, representantes governamentais, jornalistas que aquilo que estávamos fazendo era importante?
Será que aos 81 anos de idade terei o semblante e a coragem desta mulher? Que continua a lecionar e tem uma fome de aprender sem tamanho (tanto que ela pediu que nossas apresentações fossem mais detalhadas, pois anotava tudo o que cada um dizia num caderno)
81 anos... e cheia de vontade de saber mais. Questionou, articulou e fomentou o debate como somente os bons professores sabem fazer...
Ela contou sua história de vida e ao mesmo tempo nos deu uma verdadeira lição de vida.
Nem cabe aqui eu descrever o currículo dessa senhora (que inclui formação em piano clássico, Phd e residência no exterior, algumas faculdades, professora do ministério público...), que só o fez porque pediram, vale sim ressaltar as suas últimas palavras: não desistam, fiquem juntos!
TESTE
ResponderExcluirShow de bola!! Baita lição de vida mesmo! Vou me lembrar deste texto em momentos de dificuldades!! Bjo
ResponderExcluirJoão, quanto tempo!! beijos. Thiana
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