quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

... e continuamos a repetir as nossas viciantes emoções...


Não era para eu estar aqui, estou no meio do caos, de um trabalho importante que tenho que entregar até o final do mês.
Mas já que vim e inclusive acho que o fato de eu ter vindo aqui, sem estar podendo, tem bastante a ver com o motivo deste post: nossos vícios emocionais.

Depois de falar com uma amiga ao telefone e conversarmos sobre a vida alheia, - o que é bem mais fácil do que falarmos da nossa - dei-me conta que estamos todos no mesmo barco, prontinhos para afundar em nossas viciantes emoções.

O texto a seguir tem como base um filme. Escrevi assim que terminei de assistí-lo, há quase dois anos.
Tenho a mania de anotar algumas falas dos filmes enquanto assisto.

Ai vai o texto, que mescla frases do filme com as minhas:

Como podemos dizer que vivemos intensamente todos os dias se o que fazemos é reconfirmar quem somos e o que é a nossa personalidade?

Se vivemos como "se hoje fosse ontem" e se não conseguimos controlar nosso estado emocional é bem provável que estejamos viciados nele.
Vício é aquilo que não conseguimos parar. Se mesmo tendo consciência de que o relacionamento que estamos vivendo já não nos serve mais e ainda assim não o terminamos é porque estamos viciados nessa emoção.

Será que podemos dizer que estamos apaixonados por alguém? Não estaríamos apaixonados pela antecipação das emoções em que estamos viciados?
Até mesmo porque podemos deixar de gostar dessa mesma pessoa se ela não colaborar conosco ou tiver comportamentos que não se adaptem aos nossos.

A nosso mente literalmente cria o nosso corpo, e tudo começa na célula.
O comando vem da rede neural do cérebro e para mudar temos que modificar nossa rede neural.
Para isso, temos que começar a mudar de identidade e de atitude ou a forma como interagimos com o nosso ambiente.
Todas as vezes que continuamos as mesmas pessoas estamos reforçando nossa identidade.

É interessante analisar que conhecemos as pessoas não somente através de seus pensamentos, mas, sobretudo conseguimos conhecer melhor as pessoas através de seus vícios, tanto os emocionais, como os comportamentais.

Mudança significa abandonar nosso velho eu, deixar para trás nossa identidade por alguns momentos e começar a especular quem poderíamos ser.
Mudar significa modificar nosso comportamento o bastante para que seja permanente.

Se mudarmos a nossa mente, mudaremos nossas escolhas?
Se mudarmos nossas escolhas, mudaremos nossas vidas?
Por que não conseguimos mudar?
Em que estamos viciados?
No que estamos quimicamente ligados e que não podemos nem pensar em perder?
Para não termos que encarar uma privação química, continuamos apegados a pessoas, lugares, coisas, épocas ou acontecimentos.

Por isso, o drama humano.

Um comentário:

  1. Muito bom este texto. Como contribuição gostaria de dizer que ao longo da vida as pessoas crescem, amadurecem e em muitas vezes ao longo deste processo os pensamentos e a forma de ver a vida mudam também. Ou seja, em sintonia com a vida, cuja característica principal, e a mais bonita também, é a sua dinâmica, onde um dia é diferente do outro, o ser humano é dinâmico também. No entanto, muitas vezes, as pessoas negam estas mudanças devido as suas inseguranças, medos e até acomodação um pouco, não se permetindo vivenciar novos desafios, novas experiências, conhecer outras culturas, enfim, abrir de forma completa a mente e poder experimentar, na medida do possível, tudo que a vida lhe oferece. Mesmo que isto tenha um preço de deixar para trás o que foi construído até então caso o que foi feito não esteja te deixando feliz. A vida é uma só e ela não deve ser desperdiçada! Isso a gente aprende ao longo do tempo, não se encontrando nos livros do colégio e da faculdade. E eu estou descobrindo isto!
    Grande abraço,
    João Ricardo L. Pureza

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