quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

PRA QUÊ TANTO LERO LERO?


Escrevo com uma 'pulga atrás da orelha'....ando meio 'banza'...talvez seja o excesso de auto confiança que é totalmente proporcional à insegurança...a linha é tênue ou é uma questão de detalhe para que grandes construções possam ruir, ainda mais quando estamos lidando com pessoas lindas e não pulgas....hahahaha

E num discurso/debate sobre prioridades com uma das minhas irmãs, cada vez fica mais latente que uma das minhas principais prioridades é viajar. Tem gente que prioriza comprar jóias, ficar pagando por meses suas prestações. Como não dá pra ter tudo nesta vida (claro que eu adoraria ter jóias) eu prefiro ficar pagando as prestações dos vôos e/ou as passagens de trem entre Berlin/Bruxelas/Lisboa/Londres que serão os destinoas das próximas férias...

Há também os amigos que voltam.
Sempre com aquele amor inigualável, cheios de dúvidas e cheios de 'dedos' ao falar. Não adianta forçar a barra, há coisas e acontecimentos que não têm explicação....afinal, pra quê tantas palavras se o que rola mesmo é tanto sentimento?

Acho que deveríamos nos explicar menos ou talvez utilizar de serviços psicoterápicos especializados para darmos nossas explicações/justificativas e assim tentar analisá-las.

Amigo é para o deleite e também para os momentos difícieis, mas não para assuntos que não levam a lugar nenhum, já que mesmo com os amigos não podemos dizer tudo o que pensamos (a não ser que nos perguntem diretamente qual a nossa opinião), pois corre-se o risco de tudo voltar a estaca zero.

Ando meio desconexa, ouvi hoje no trabalho de um dos colegas: "A Thiana tá totalmente fora da caixa..." só porque andei pendurando bolas de natal lindas feitas de patchwork na minha sala e passei pelo corredor cantando "não deixe o samba morrer, não deixe o samba acabar...." em homenagem ao dia do samba...

Mas pra quê tanto lero, lero se o que vale mesmo são os agradecimentos e os desejos de final do ano. Ensinaram-me sempre a agradecer pelas conquistas e só depois fazer novos pedidos...ando fazendo isso nesses últimos dias do ano. Agradecimentos mentais.

E as noites de dezembro prometem!!!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

AMOR, ENCONTRO E RECIPROCIDADE


Em dias como esses, que se arrastam e se esvaem na ventania do feriado de finados, vou até 2007, mais precisamente para uma aula de filosofia com um dos melhores professores que já tive.

Ele falava sobre o amor e o encontro.

Sobre como só se ama aquilo que se conhece.

E que ninguém se conhece completamente.

O que se pode perceber e conhecer são características.

E se ninguém se conhece, como se ama o outro?

O ser humano é o único ser capaz de dar errado.

Enquanto humanos podemos errar e cada escolha
(seja ela boa ou ruim, se é que dá para conceituar desta forma uma escolha) vai nos constituindo enquanto humanos.

Ao fazer escolhas eu me determino.
O Ser humano é as suas escolhas, mas as escolhas estão dentro de um determinado contexto.

"Eu sou eu e minhas circunstâncias", já dizia Ortega y Gasset, em 1923.

Quanto mais eu conheço o ser humano mais eu consigo amá-lo, justamente porque ele é humano.

Por isso que se diz que o amor é eterno, pois busca-se no humano amado o que ele é e não o que ele pode vir a ser.

Pergunta que não quer calar: o que estamos buscando nas pessoas e o que devemos buscar?

Ainda mais sabendo que todos nós usamos máscaras, uns mais outros menos, mas todos temos um estoque delas dentro do no armário para cada ocasião que se apresenta.

Se por um lado Sarte dizia que "os outros são meu inferno".
Heidger afirmava que o ser humano é um projeto e que nem mesmo a morte é o fim deste esboço.

Se o meu mundo é o mundo das minhas relações e se o ser humano é um ser de encontro, torna-se óbvio, na teoria, que só consigo me realizar quando isso acontece.

Só me desenvolvo, melhoro ou pioro a medida que eu me relaciono.

Encontrar-se é quando se sai melhor do que quando se chegou.

É justamente por isso que não precisamos de pessoas iguais a nós, já que dentro de uma relação de encontro o valor maior não é o prazer e sim a reciprocidade.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

DORES, DESDOBRAMENTOS E SENTIMENTOS


Estava decidida, não iria mais fazer.


Afinal, aquilo não estava mais me incomodando.


O pior já tinha passado, se a dor voltaria e com que frequencia, jamais saberia.


Só sei que tinha decido não fazer mais.


Encontrei alguém que disse: vai lá e faz! eu vou estar junto.


Conversei com outro que falou: como assim? articulou tudo para fazer, mobilizou pessoas e 5 horas antes você desistiu?


Como acredito nos outros, ainda mais quando são especialistas no assunto, fui lá e fiz!


De início tudo ia bem, mais rápido e simples do que pensava, mas com o passar dos dias comecei a sentir um incomodo quase insuportável.


Chorei. Me arrenpendi e pensei aos 4 ventos (já que gritar não podia):

quem mandou querer criar juízo aos 31 anos e extrair o dente que determina tal condição com dez anos de atraso??


-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x


Entre dores e desdobramentos, já que enfrentei duas noites de um freela com todo o desconforto, descobri novos caminhos e me emocionei.


Primeiro porque minha irmã mais velha está grávida e não vou vê-la, nesse momento tão lindo e mágico.


Depois porque descobri que tenho receio daqueles que não cumprem com sua palavra, me deu medo de acreditar e não ser correspondida.


Mais tarde porque senti um aperto no coração, no escuro do quarto, ao pensar nas pessoas que os bombeiros iriam ajudar, já que saíram daqui (moramos ao lado de um corpo de bombeiros e infelizmente ouvimos quase tudo o que eles falam) dizendo que havia pessoas presas nas ferragens em um acidente na frente do Laçador!


E por último me deslumbrei porque pensei em todas as possibilidades que poderão sugir para o meu irmão assim que ele decolar rumo ao mundo!


Já na véspera do feriado, quase totalmente recuperada da extração, escutei música como há tempos não fazia....


Ao ouvir o Jamie Cullum cantando:
So, I put my feelings out to dry!


Percebi que era exatamente isso que estava fazendo, em plena segunda-feira ensolarada e também que as expressões em inglês 'expressam' muito mais do que as nossas, às vezes.


A música realmente plays a mind trick!

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x


Mind Trick

(Jamie Cullum)

I missed the opportunity
to get you babe to stay with me.
Never thought, I'd regret the excuses that I've made
like a song,it will fade

If there's music in the night,
And it's really, really right,
It's the only thing I need.
it intoxicates your mind
All your troubles left behind
So come on and take my lead.
it's not just me who feels it
music plays a mind trick
watch me forget about missing you

so i put my feelings out to dry
love, one day again,
i'll have to try.
falling out, making up
it seems such a silly game
why do i never gain?

If there's music in the night,
And it's really, really right,
It's the only thing I need.
it intoxicates your mind
All your troubles left behind
So come on and take my lead.
it's not just me who feels it
music plays a mind trick
watch me forget about missing you

na na na's

Enjoy!!!




quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Uruguay, La Pedrera e Hi-FI










Mesmo depois de alguns e-mails trocados e de tentativas frustadas de convencimento para irmos para as praias santas do Estado vizinho, quando percebi já estava dentro del "coche" rumo ao Uruguay!

Confesso aqui e confessei por lá que o destino não poderia ter sido melhor escolhido.

Já no Chuy, local ideal para o abastecimento etílico e câmbios financeiros, não sabíamos ainda exatamente onde ficaríamos. Algumas 'medias lunas calentitas' después passamos batido pelo acesso à Punta del Diablo e ao Cabo Polonio, seguimos para La pedrera, logo ali, do ladinho de La Paloma.

Uma prainha quase parada no tempo, com uma arquitetura antiga e casas aconchegantes com vista para o mar.

Sem muito esforço, após a primeira conversa com a 'Patrícia' loira, conhecemos o Estéfano, nascido e criado em La Pedrera (seria ele um La Pedrensense?), que disse ter um local 'muy bom' para ficarmos. Perguntou se surfávamos (surfean?), no que respondemos em inglês: 'no surfing'. Tava na cara que ele era chegado nas ondas e em seus desdobramentos.

Negócio fechado!
Ficamos instalados numa casa toda lindinha, com lareira, split, sacada e churrasqueira (com vista para a baía de La Pedrera), água caliente em todas as torneiras e várias taças dispostas em local estratégico.

Após a abertura do primeiro vinho e dos brindes 'olho no olho', para não perdermos o costume e não dar sorte ao azar, fomos a La Paloma, a cidade grande da região, para o abastecimento alimentício.
Outra praia cheia de encantos e com muito, muito vento.

Totalmente 'algariados' dentro do supermercado, o destaque das compras foi a Grapamiel, uma espécie de 'licor' Uruguaio, cuja pesquisa de opinião foi feita no próprio local, tendo 66% de aprovação dos entrevistados (pesquisa feita com 3 uruguaios).

A primeira noite já veio com tudo. Vinho e espumante (para não entrarmos na monotonia e mudarmos o paladar), além de pestiscos como queijos, salames, azeitonas pretas....
Eis que um dos componentes da trip dançou muuuito, sozinho....se perdeu na curva, ou melhor, nos goles, quis acompanhar os mais fortes e morreu na praia, quer dizer, no banheiro.
Normalllllll, especialmente quando estamos falando de pessoas com mais de 30 anos...

O day after começou com café da manhã na sacada, daqueles de novela, com direito a um visual lindo, leite e requeijão Conaprole, medias lunas, morangos frescos....
Passamos o dia conhecendo os encantos de La Pedrera. Entre uma caminhada ali, outra acolá, visualizamos o futuro através de construções exóticas, colocamos ao vento e deixamos para o universo mais desejos para serem concretizados...

No entardecer fizemos a famosa parrijada, regada a Paulaner, uma cerveja alemã, que já veio toda charmosa dentro de um barrilzinho de 5 litros. Apelidamos-a, delicadamente, de 'barrigudinha'... fez um sucesso sem igual! Muy boa!

Não podíamos ir até o Uruguay e não passar um dia no Polônio.
Polônio é sempre o Polônio!
Fica lá, parado no tempo, com seus moradores fora do tempo e com seus bares cheios de charme e 'Patrícias'.
Desta vez, o destaque foi a Dunkel, uma versão 'Preta' desta mesma marca,
um verdadeiro deleite...que inclusive na sua temperatura ambiente mantém seu 'blend'.

A viagem de volta foi regada a muitas risadas, daquelas de chorar de rir, de doer a barriga...muito por causa de um acontecimento vivenciado e contado por um dos componentes da trip em que aquele famoso drink, o HI-FI, se fez presente...ou seria RI-FI?

domingo, 12 de setembro de 2010

COMEMORAÇÃO DUPLA E VOLTA!


Domingo nublado. Nove da manhã.

Através de um beijo demorado no pescoço ela foi acordada e também deixada sozinha na cama.
Relembrou outros domingos, especialmente os dos últimos meses, em que sempre acordava com o pensamento no trabalho acadêmico que tanto demorou para terminar.

Sentiu-se aliviada e também vazia, leve e levemente disposta.
Nas últimas semanas, ela viveu momentos intensos.

Desde os mais prazerosos até os mais angustiantes.

Foi um domingo realmente atípico, com bêbe chorando em casa!

Isso não é pra mim! pensou ela, pelo menos ainda não.

Enquanto o bêbe chorava lembrou da festa da última quinta, deu risada sozinha, ainda na cama e logo levantou para passar o café.

O filme da festa de quinta: a famosa 'Comemoração Dupla' continuou a passar pela sua cabeça. Visualizou novamente os rostos de cada pessoa, de cada amigo e sentiu orgulho por ter escolhido pessoas tão lindas para compartilhar um momento tão especial.
No caminho de volta para cama, já com uma xícara de café em punho, roubou de dentro de uma caixa maravilhosa, toda diferenciada, com desenhos abstratos nas cores carbono e prata, um delicioso bombom.

Um dos presentes que ele e ela receberam na noite de comemoração.

Neste exato momento, deu-se conta, mais uma vez, que as conquistas ganham muito mais sentido quando compartilhadas.

Olhou ao redor da cama improvisada na sala e percebeu que cada presente ali exposto eram símbolos de amor.

Com toda a calma do mundo, ao mesmo tempo em que degustava o sabor inigualável do chocolate, ela ligou seu netbook.

Disse pra si mesma que de hoje não poderia passar a atualização de seu blog, que há semanas andava esquecido.

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x

Volto para esse espaço com a sensação de dever cumprido, com a leveza de um amor tranquilo, com gosto de fruta mordida.
Volto com vontades, sonhos e desejos cada vez mais intensos e continuo com o vício de insistir em saudades de coisas, pessoas e acontecimentos que ainda não vivi.
p.s: foto by Beto Rodrigues

quarta-feira, 7 de julho de 2010

O MEIO DO ANO!


Num piscar de olhos, o meio do ano!
Em menos de um mês, a finalização de uma etapa!
E a vinda de mais uma primavera.
Espinha ereta, foco e equilíbrio em pleno inferno astral!
Como disse minha sábia mana budista, esses dias, aqui em casa, um velho e bom clichê:
"nada é por acaso".
Então, cá estamos nós, fortes, firmes e ao mesmo tempo frágeis e nostálgicos.
Sentimentos à flor da pele.
Tudo junto e misturado.
Contentamento e realidade.
p.s: clique meu!

terça-feira, 22 de junho de 2010

REENCONTROS, OS OUTROS, IDAS E MANTRAS...


As noites continuam insones, já o blá, blá, blá anda mais focado, ao menos.
Semanas decisivas, vários dias D's. Contagem regressiva.
Não estou falando da Copa do Mundo (aliás, me sinto totalmente descontextualizada em dias de jogo do Brasil, no primeiro, estava em trânsito, só eu e mais dois na Av. Ipiranga e no último jogo de domingo, estava dormindo...).

Well, besides the world cup, há também muito trabalho mental para que não se entregue os pontos.
Ai, como é difícil lidar com os outros, ou melhor, com as limitações dos outros.
O comportamento de um reflete no outro, somos seres interdependentes, não fazemos nada sozinhos, nada.
Precisamos e necessitamos de ajuda.
Mas o que fazer quando quem mais deveria te ajudar, numa determinada situação, não está com condições para tal feito?
Aprendizado. Só pode ser isso.
Conhecer a si mesmo, para então, saber como lidar com cada 'encosto' que aparece em nossas vidas.
Neste viés, trago o primeiro mantra deste post:

"O outro é você mesmo em um mundo diferente. Olhe-o com apreciação profunda"
(Lama Padma Samten)

Atá, Lama! Não consigo só olhar com apreciação, pois o que tá em jogo e o que tá 'na reta' é o meu e não o do outro....

Catarse feita vou até os reencontros e para aquela sensação de que tínhamos nos visto ontem.
Como é bom sentir isso. A amizade profunda proporciona esse sentimento.

Dentro da temática dos reencontros trago as idas, as despedidas, mais precisamente a morte.
Uma grande amiga foi se embora deste mundo.
Refletindo sobre isso, durante o jantar de sexta à noite, eu e o amor da minha vida, chegamos àquela conclusão óbvia, mas ao mesmo tempo assustadora: a vida só se explica através da morte.
A morte é o grande enigma, podemos chegar lá do outro lado ou onde quer que seja e nos surpreendermos ao perceber que não era nada disso que tínhamos que ter feito, ou não, que era exatamente desta forma que tínhamos que ter agido, que eram justamente essas pessoas que devíamos ter encontrado...
Ou nao é nada disso, nem teremos lembranças da última existência, ela morre junto com o corpo, o que ficam são fagulhas, fagulhas de existência...
mas a vida continua...não é isso que sempre dizem quando somos deparados com a morte?

Só podemos estar aqui para ajudar os outros, para aprendermos com os outros...sim, são os outros (constantemente julgados por nós), com todas as suas limitações que nos proporcionam os maiores aprendizados durante uma existência....

Nesse mesmo papo existencial de sexta entendemos completamente a filosofia budista, que diz que precisamos ter a noção de que o mundo que nos circunda é inseparável de nós mesmos.
Ou seja, se fazemos o bem para os demais seres e para o ambiente, estamos cuidando de nosso próprio bem.
Todos estão ligados uns aos outros, todos dependem uns dos outros.
O conceito de interdependência budista também sustenta que nós – e tudo o que nos circunda – não temos a solidez que julgamos possuir.
Atribuímos identidades e qualidades a tudo e a todos (inclusive a nós mesmos) a partir de uma visão limitada por um padrão binário de gostar e não gostar, querer e não querer.

Termino com o mantra que tá, aqui, do ladinho do computador, para ser lido e lembrado em dias como esses:

"Faça uma coisa de cada vez.
Mantenha sua energia e seu corpo no mesmo e único foco
e todo o universo se tranquilizará"
(Lama Padma Samten)

terça-feira, 1 de junho de 2010

NOITES INSONES


....e no meio das madrugadas de insônia, o silêncio
é tão grande, que chega a falar...
...quase sem parar.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

ME EXPLICA COM QUE CARA EU VOU SAIR

- Não, acho que estás te fazendo de tonta, te dei meus olhos pra tomares conta, agora conta como hei de partir.

- Como, se na desordem do armário embutido, teu paletó enlaça o meu vestido e o teu sapato ainda pisa no meu.

- Se nós, nas travessuras das noites eternas, já confundimos tanto as nossas pernas, me diz com que pernas eu devo seguir.

- Se entornaste a nossa sorte pelo chão, se na bagunça do teu coração, meu sangue errou de veia e se perdeu...

- Como, se nos amamos feito dois pagãos, meus seios ainda estão nas tuas mãos, me explica com que cara eu vou sair...

- Ah! se ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios, rompi com o mundo, queimei meus navios, me diz pra onde é que ainda posso ir.

- Ah! Se já perdemos a noção da hora, se juntos já jogamos tudo fora, me conta, agora, como hei de partir.


Um dos mais belos temas que já ouvi! Enjoy it!

terça-feira, 18 de maio de 2010

Um tempo OFF, mas ON!


Num mesmo dia, vários sentimentos.
Desde os mais profundos e recônditos que somente duas pessoas conseguem ter juntas até àqueles de desespero interno e solitário.

Primeiro aquela sensação de:
Como assim? me enganaram?
e depois de algumas horas, sensação de alívio:
ah! Bom, pode ter sido isso mesmo.

A mera constatação de que estou com a corda no pescoço não é o pior, o ruim mesmo é o sentimento de culpa por não ter feito antes e blá, blá, blá.
O "chicotinho" no próprio lombo é uma tendência natural em sociedades como as nossas, mas enfim, a mera constatação sobre isso, também, já ajuda a passar do plano da culpa/passado para o plano do presente/futuro.

Mas vim aqui mesmo para dizer que vou ficar um tempo off, de quase tudo e todos, mas especialmente do blog, que sempre acaba por arrematar e colocar em palavras as consequências dos meus atos.

Assim que tudo acalmar e que tiver good news, voltarei!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

BOA PEDIDA


A dica para o finde é dar uma passada nos stands da feira do Brasil Rural Contemporâneo.
Tem artesanatos lindos, comidas de várias partes do brasil, alimentos orgânicos...bebidinhas, gente de várias regiões do país...enfim, aquele clima de efervescência cultural no ar!
Montaram uma estrutura bem legal no cais do porto, com um enorme deck que vai do primeiro pavilhão até o último e mesinhas com guarda-sóis brancos, com vista para o por-do-sol do Guaíba...

Passei lá hoje à tardinha para garantir os ingressos para o show do Monobloco, no domingo, e me surpreendi com que vi.

domingo, 9 de maio de 2010

RETOMAR RELAÇÕES


Bom perceber que os relacionamentos duram.
Falo das amizades, especialmente.
Elas mudam, tomam caminhos tortuosos e inesperados,
mas o bom mesmo é se dar conta de que permanecem.
A grande diferença das relações amorosas e das relações de amizade é que na segunda não se avisa que acabou. Ela simplesmente termina com o tempo, nunca se rompe com um amigo como se rompe com um namorado ou marido. É estranho isso. Parece que não se quer acreditar que aqueles anos de convivência terminaram, pois fica tudo e todos no silêncio, no vácuo.
Retomar relações, no sentido de 'manutenção' está no cerne da durabilidade das amizades.
Não há relação sem se fazer um constante 'gerenciamento' sobre ela.
É fácil fazer novos amigos, difícil mesmo é mantê-los por mais de uma estação.
Sim, alguns amigos chegam para ficar pouco tempo, cumprem sua função e seguem por outros caminhos, diferentes dos nossos.
Não é desses que estou falando, me refiro aos amigo de anos, aqueles que já passaram vários momentos ao teu lado, acompanharam tuas mudanças e conquistas.
São com esses amigos que conseguimos nos ver refletidos quase sem distorções.
Afinal, foram eles que estavam ali, sempre com o espelho na cara e na fala, nos momentos mais turbulentes e também nos mais felizes.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Saudades de quem fui ou de quem poderia ter sido...


Na turbulência de uma semana atípica, deu saudade.
Saudades de pessoas, acontecimentos.
De estações já percorridas e também das que virão.
Saudade do que eu era ou do que eu poderia ter sido.
De eu mesma num outro momento, diferente do aqui e agora.
Olhar pra trás e ver que tudo acontece na medida e no tempo das possibilidades dá medo.
Não adianta fingir, ela tá presente.
Qual será "a cura do meu vício de insistir nessa saudade que eu sinto
de tudo que eu ainda não vi?"

quarta-feira, 21 de abril de 2010

VÍCIOS


Logo aqui do lado, descendo a ladeira, tem uma padaria maravilhosa, uma verdadeira tentação para espíritos como o meu, que estão em fase de escrita de dissertação e que necessitam de muito café...e outras cositas mais.

O feriado está sendo na frente do computador, super tentando optar por caminhos conceituais. Escolher sobre o que falar é fácil, difícil é escolher o que falar sobre aquilo que se escolheu.

Mesmo sabendo que toda escolha é uma perda, pois deixa-se de lado vários vieses que podem ser relevantes, não tem jeito, estou tendo que optar.

Optei por ir logo ali, na padaria, almoçar, espairecer um pouco, tomar café e ler o jornal do dia.

"E então pensei em minha vida. E de como a gente não faz aquilo que a gente sabe que devia fazer. E que tudo que a gente adia vicia" (José Pedro Goulart, na crônica A Flor, na Zero Hora de hoje)

quinta-feira, 15 de abril de 2010

ANTES TARDE DO QUE SEMPRE


Nunca simpatizei muito com declarações de amor explícitas.
Sempre fui mais do 'eu te amo' ao pé do ouvido.
Talvez por medo da exposição exagerada.
Ou simplesmente por preferir ações em prol da relação mesmo do que atitudes/expressões ditas no fuvor da paixão.

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x

Tudo começou em setembro de 2004, quando ela partiu para uma viagem fora do país.
Era a viagem de seus sonhos, durante anos visualizou aqueles meses longe de tudo e de todos.
Ela nunca imaginou que aquela temporada no exterior se tornaria na primeira e na mais louca viagem para o interior de seu próprio mundo.
Sem expectativas nas bagagens, apenas com alguns trocados e um inglês 'yázigiano', lá se foi ela, cantarolando, sem olhar para trás.
Em seu ingênuo pensamento, ela estava apenas indo para um país desconhecido.
Já no primeiro vôo da conexão conheceu um coadjuvante importantíssimo.
Nem passou por sua cabeça que aquela pessoa seria a peça chave ou o elo de ligação entre ela e ele.
Seu insconciente já havia dado vários sinais, mas ela insistia em acreditar que não iria e nem queria se apaixonar.
Duas semanas depois, lá estava ela, olhando para ele, desconcertada e completamente apaixonada!
Ele era o amigo íntimo do moço do vôo, também era o amigo da conhecida dela do colégio, no Brasil, a mesma que havia lhe dado o e-mai dele; era aquele que pegava o mesmo ônibus, que morava perto, que estudara na mesma escola de inglês em Auckland...
As intrigantes e instigantes coincidências, naqueles dias, foram as responsáveis pela sensação de estranheza e pelos constantes questionamentos.
Um convite para um chimarão se tornou num dos momentos mais especiais da vida dela.
Enquanto ele falava, ela servia o mate e tinha devaneios.
Naquela noite, ela não conseguiu dormir enquanto não escreveu em seu caderno de anotações. Fez a catarse e adormeu. Sonhou com ele.
Na verdade, sonhou com a alma dele e dela. Juntas. Entrelaçadas.
Ela acordou sem saber onde estava. Cheia de dúvidas, mas ao mesmo tempo leve, solta, querendo saber se a viagem com os amigos, no final de semana, iria sair mesmo.
Por incrível que pareça a ida dele dependia de chuva. Chuveu.
Foi a primeira de muitas viagens juntos.
A sensação era de que já se conheciam de muitos anos.
Para além das afinidades entre os dois, houve conexão, de almas.
Tudo já estava organizado para que na volta da viagem ele se mudasse de cidade.
Ele foi. Ela ficou.
Foi só o curso de inglês acabar que lá foi ela, atrás dele.
Ficou um final de semana e seguiu para outro destino.
Apesar de apaixonada dizia para si mesma 'essa viagem é minha, não quero mudar o rumo dela por causa dessa paixão'.
Uma semana depois, lá estava ele, atrás dela.
Moraram dois meses juntos, num lugar inesquecível e onde conheceram pessoas muito especiais.
Depois, lá foi ela de novo, para outro destino, sozinha, em busca de si mesma.
Não sabia porque ia, só sabia que tinha que ir.
Descobriu que a solidão por opção é muito mais pesada do que parece.
Mas também descobriu-se.
Um mês depois, lá estava ele, indo resgatá-la e levando-a para a ilha da magia.
Veio o Reveillon. Juntos. Sem muitos fogos. Festa estranha com gente esquisita. O day after foi regado a 'strip pool' e gente maluca, muito maluca.
A partir daí estava selada a viagem a dois.
Foram 4 meses intensos dividindo o mesmo teto, ou melhor, a mesma barraca, o mesmo trailer, o mesmo carro, os mesmos amigos, o mesmo trabalho, as mesmas refeições.
Se conheceram...se estranharam...se amaram...
Eram conhecidos por todos como o casal 'meant to be'.
A 'casa' deles estava sempre cheia de amigos doidos, ávidos por risadas, conselhos e música.
Ela nem sempre entendia a forma dele de demonstrar carinho. Ele desconfiava daquilo tudo. Eram as eternas trocas, fundamentais para o alicerce e a base da relação.
Ele tinha que voltar para o Brasil. Ela ficou. Foi para a cidade grande.
Retomou contatos do início da viagem. Tentou se adaptar sem a presença dele.
Conheceu pessoas muito legais, talvez as mais profundas e interessantes de toda a viagem.
Através dessa distância física estabeleceu-se a confiança entre eles.
Dois meses depois, ela voltou para o Brasil, morrendo de saudades.
No aeroporto, entre vários rostos, lá estava o dele, esperando por ela.

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x

Desde que esse blog teve início sou estimulada por 'ele' para contar essa história ou de certa forma 'cobrada' para, de alguma forma, mostrar que existe 'ele' em minha vida.

As justificativas sempre foram as mesmas: 'não acho legal expor as nossas coisas', 'quem nos conhece sabe da nossa história' ou 'o blog não tem esse objetivo' e por aí vai.

Hoje, não tenho mais medo da exposição exagerada e nem receios em 'botar a boca no trombone' e gritar bem alto:

EU TE AMO!

segunda-feira, 29 de março de 2010

ESSES OUTROS, POBRES OUTROS...


Over and over again, os outros.
Sim, os outros que me atingem ou seria eu que me deixo atingir?
Não, os outros porque possuem uma visão limita, restrita e tão inconsciente que nem sabem que estão atingindo, mas estão.

Enfim, os outros, porque são a partir deles que nos vemos refletidos ou vai ver sou só eu que me deixo levar.
Não é que me deixe levar, mas me incomodam.

Me incomodam esses outros que não são gentis, que sempre que podem fazem questão de exercer poder e que não enxergam um palmo além do seu próprio umbigo.
Me incomodam aqueles que olham tudo através da mesma perspectiva anos a fio, que não entenderam ainda que só depende deles alterarem seus estilos de vida e assim vão se tolindo, encolhendo...até ficarem tão chatos e mesquinhos que ninguém quer chegar perto.
Engraçado como isso se reflete no semblante desses outros.
O corpo fala.
A linguagem não verbal é reveladora quando se trata deles.
Dizem algo, mas mostram o contrário, através de gestos e do olhar.
São as sutilezas que não precisam ser ditas, são apenas sentidas ou simplesmente confessadas através da liguagem corporal.

Esses outros tendem à inveja, ao pessimisto, à depressão, ao mau humor, à insônia, ao isolamento, à solidão....enfim....tendem a enxergar toda a sua vida e seus contextos por uma ótica nociva e consequentemente se tornam pessoas amargas, ressentidas e até àsperas, se formos entrar no ramo das texturas.

Quando questionados se não estão sendo negativos demais, esses outros possuem vários argumentos, dentre eles de que não estão sendo negativos e sim realistas!

Minha resposta para esses outros poderia ser esta:

"A realidade é fruto de nosso trabalho mental, ela sempre vai tender a contornos de quem a observa e escolhe o quê e como observar.
Não existe o lá fora, sem existir o aqui dentro. De onde vem a criação da realidade senão de dentro da gente? A paisagem não muda, mas nossa interpretação sobre ela, sim"
(Trecho do livro Efeito Aranha, 2007)

segunda-feira, 1 de março de 2010

SUNSET VOYEUR


Olhar pelo buraco da fechadura.
Ver sem ser visto.
Mais do que um mero BBB, em que a espiadinha é compartilhada, também, por milhões de telespectadores, o 'ver sem ser visto' é quase como um deleite.
Ouvir sem ser visto também acontece (ainda mais com um casal de vizinhos como o meu).

Im a sunset voyeur, lí esta frase numa camiseta dia desses e me identifiquei.
Sempre fui uma adoradora do Sol e de toda a sua força, tanto que nos meus idos 16 anos fiz a primeira e até agora única tatuagem em homenagem a ele. Não é um desenho de sol radiante. Ele é até meio brabo, meio sisudo e só em preto. Para tentar amenizar com a sua antipatia, criei um conceito e digo que o meu solzinho (não tão inho assim), nas costas, só sorri pra quem convém ou pra quem me convém.

Mas vim aqui mesmo pra dizer que apesar de ter um sol eterno no meu corpo, ando mais da noite. Ainda mais de noites de lua cheia como essas. Ando mais da lua, de lua por assim dizer.
Uma noite da caça e outra do caçador.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

UM SINAL DE FUMAÇA


E no silêncio das águas de fevereiro um simples sinal de fumaça alivou um pouco as tensões.
Não que tudo se resolva assim, com uma singela resposta.
Existem ainda muitos processos, engrenagens psicológicas e tentativas e mais tentativas para que a 'coisa' realmente engrene.
A questão é o grau de importânica que 'isso' tem pra mim, ou melhor, o grau de dificuldade que eu coloco 'nisso'. Não é fácil, não. Mas também não é um bicho de sete cabeças.
Talvez umas seis só...
Trabalhar no delay, no calor e fazendo esforço pro pensamento não desviar é um exercício diário ao qual me proponho....

-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X

Acho que estou sentindo falta das corridas na esteira da academia, aqui em frente de casa.
Os 4 dias off do carnaval se estenderam para uma semana de não corrida e começo a perceber que correr é um vício mesmo. Saudável ao menos.

-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X

Num breve bate papo no msn (que eu não tenho, mas tenho) com uma amiga, constatei mais uma vez o quanto os outros são espelhos para nós, servem de modelo (para o bem ou para o mal, diga-se de passagem).
É que essa amiga querida está descobrindo um mundo novo cheio de possibilidades e fiquei feliz em saber que dei um empurrãozinho para que esse universo paralelo e que está bem diante dos nossos olhos se abrisse para ela.

Não sei exatamente qual foi o meu papel nesse momento que ela está passando. Acredito que eu tenha sido aquela pessoa que apertou o botãozinho do start, ou melhor, ela apertou sozinha, mas de certa forma, acho que que servi como exemplo, como espelho.
Sensação boa essa, já que nesse caso, segundo o nosso papo no msn, o modelo tem servido para o bem, para o bom, para o bel prazer.
-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x

Saudades de vir aqui!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

SEXO MATA


Era esse o nome de um dos últimos episódios que assisti do Dr.House.

As histórias/doenças cruzadas do episódio tinham como diágnóstico comum alguma DST.

Uma das DST's gerou a morte de uma mulher casada, cujo marido infiel lhe trasmitiu; outra, quase matou um senhor de 70 anos, que tinha perdoado a ex-mulher não sei quantas vezes. Mas o super house descobriu a tempo, naquelas elucubrações malucas e o salvou.

Um dos melhores episódios, talvez por trazer como temática central um dos assuntos mais essenciais para a humanidade: o sexo.
E numa noite dessas de verão, com uma amiga dessas que a gente fala quase tudo, o assunto era esse e o episódio do House veio à tona.

Papo vai papo vem, ao falarmos sobre o capital simbólico de cada um, o qual temos que estar sempre aprimorando e acumulando, já que o capital financeiro está mais distante, constatamos que o sexo perpassa quase tudo.

Levando-se em consideração que as pessoas se movem por interesses, em geral próprios, acredito que a maioria deles está relacionado com o sexo ou com a possibilidade de.

O grau mais alto de intimidade com alguém. Isso é sexo. O que seria mais íntimo do que ficar pelado na frente de alguém e deixar que lhe toquem? Não estou falando da intimidade de um casal, isso e outra coisa, estou falando que o sexo, em sí, é o grau máximo de intimidade que podemos chegar com alguém. O que pode vir a ser mais penetrante, profundo, secreto e recôndito do que o sexo? É como chegar no âmago do outro, inclusive o sexo casual tem esse mesmo potencial. Sexo é sexo em todos os níveis.

Outras pautas vieram naquela noite, naquele lugar atípico, que nunca costumamos ir, mas que rendou bons momentos de percepção.
Sim, os outros ou a vida dos outros continuam a ser ótimos espelhos.

p.s: a foto é de Autumn Sonnichsen, uma fotógrafa muito boa, vale a pena a visita, http://www.autumnsonnichsen.com/

sábado, 9 de janeiro de 2010

VIAGENS, OLHARES E PERCEPÇÕES












Impossível ficar indiferente ou voltar ileso de um lugar como esse.
O arquipélago de Los Roques, localizado no meio do Caribe Venezuelano foi um dos lugares mais incríveis em que já estive.

Um Paraíso na terra, uma verdadeira concentração de ilhas afrodisíacas.


Em Gran Roque, ilha onde vive a maioria dos roqueanos e onde estão localizadas as pousadas, os bares e os mercadinhos há muitas quedas de luz e escassez de água doce, porém nunca falta Rum ou lagosta.

Os roqueanos são pacatos, gostam mesmo é de beber Polar Ligth (uma marca de cerveja venezuela, que nada tem a ver com a nossa Polar). Há muitas crianças em Los Roques, nunca tinha visto nada igual. Estão por toda parte e vão a todos os lugares, os carrinhos de bebês podem ser avistados sempre na praça, nas casas, nas festas de rua. Impressionante como procriam os roqueanos. É, realmente a ilha é afrodisíaca não somente para os turistas.

Viagens, viagens. Sempre tratam de mudar algumas percepções ou de reafirmar algumas certezas. Desconectam e conectam ao mesmo tempo. Essa viagem me proporcionou uma sensação maior de segurança, me mostrou com clareza que a única certeza são as incertezas.
Confesso que agora, neste exato momento, estou vivendo uma espécie de depressão pós-trip. Difícil voltar à rotina, ao cotidiano e ao ritmo de antes.