sexta-feira, 27 de março de 2009

RELAÇÕES - PARTE I


Acredito e concordo com um querido amigo fotógrafo que vive repetindo que o grande problema dos seres humanos são as relações, ou melhor, de que os seres humanos não sabem se relacionar.
Dentro deste escopo há uma série de enfoques e o que eu vou abordar hoje são as relações de trabalho, mais precisamente sobre as relações de chefia e seus funcionários.

Não sou nenhuma expert em gestão de empresas, nem tenho MBA, mas o que mais se fala hoje, além do termo sustentabilidade no mundo corporativo é o capital social de cada empresa, que é nada mais, nada menos do que seus funcionários.

Líder, aquele verdadeiro e nato, é aquele que não precisa dizer que quem manda no pedaço é ele. Lider é justamente o contrário, não precisa reiterar com palavras isso, pois suas atitudes já o demonstram como tal.
Sei que ser funcionário é bem diferente do que ser o dirigente de uma empresa. Já fui braço direito de uma e sei como algumas visões são diferentes, mas o grande trunfo do dirigente, e é ai que mora o cerne de toda a questão, é fazer com que seus funcionários consigam pensar como ele. Esse é o verdadeiro líder de que falava antes. Sem, é claro, ter que impor isto.
Um bom líder, acredito eu, é aquele que, por muito tempo, foi um funcionário e por isso mesmo consegue entender o outro lado da moeda.

Não consigo compreender como que, em algumas empresas, ainda se pensa tão pequeno e se coloca o funcionário em segundo plano. Também não consigo entender como que um dirigente pondera e fica melindroso perante as atitudes de um funcionário, quando o mesmo começa a ter autonomia sobre suas atividades. Parece coisa de maluco, pois quanto mais o funcionário conseguir resolver os problemas da empresa sem precisar do dirigente melhor. Mas não é assim que a maioria deles pensa. Pelo contrário, é nesses momentos que aquele que não é e nem se reconhece como líder grita aos quatro ventos: quem manda aqui sou eu, não tu. Tens que te colocar no teu lugar!!

Afinal, de que lugar estamos falando? Tendo em vista que o que mais se fala hoje nas salas de aula, inclusive nas aulas de mestrado em comunicação é a tal da administração horizontal. Por que alguém estaria acima e outros abaixo se todos estão no mesmo barco? Isso é arcaico!!!! Come on!!!

Nem vou entrar no mérito de que o líder precisa estar constantemente atento a seu funcionário, respeitando-o, motivando-o, além de tentar descobrir suas qualidades e desenvolvê-las, isso é básico. Pena que a maioria dos dirigentes das empresas não entende isso, tendo o $$$$$$$$$$$$$$$$ como principal e primordial foco.

Estava escrevendo um livro para um administrador de empresas e durante os meses de pesquisa ele me deu para ler O monge e o executivo. Entre as coisas que mais me chamaram atenção foi o autor dizer que o amor faz parte do mundo dos negócios e que ele é um comportamento e não um sentimento. O autor disse também que um dos grandes segredos para um dirigente é liderar com autoridade e não com exercício de poder. Isso é muito sútil, mas faz toda a diferença (ah, eu preciso falar sobre sutilezas, próximo post será sobre isso).

Fico por aqui hoje! Voltaremos!

terça-feira, 17 de março de 2009

O CAMINHO DAS PEDRAS
























Final de semana retrasado percorri, literalmente, o caminho das pedras.
As fotos acima mostram um pouco da trilha que durou 9 horas. Claro, paramos para tomar banho de cachoeira várias vezes, comer, descansar um pouco....mas saimos às 10h da manhã da sede do Ibama e retornamos as 19h. Enfim, muitas horas na função.

Estávamos em 6, ou melhor, em 7, contando com o guia, que teve um papel coadjuvante importantíssimo na nossa expedição.

Iniciamos em Praia Grande, uma pequena e bucólica cidade no extremo sul de Santa Catarina, conhecida como a cidade dos Canyons e que praticamente vive do turismo, recebendo gente do mundo inteiro.

Nosso destino era chegar aos pés do Canyon Itaimbézinho e admirar lá de baixo toda a sua grandiosidade e beleza.
O time era eu, Marcelo, Tiago e Gláucia (vulgos Dêgo e Dêga, nossos parceiros prediletos de viagem) e Leandro e Ju, um casal que vive viajando para lugares interessantes. Inclusive muitas das fotos acima são do Leandro, designer e programador visual, vale a pena acessar seu site http://www.zorek.net/ e dar uma olhada nos países que ele já percorreu.

O caminho começou fácil, com uma trilha leve, com gramadinho e tudo, mas assim que terminou essa parte ligth, o caminho das pedras teve inicio, além de muitas, mas muitas travessias de rio com água pelos joelhos e pedras soltas....beeem interessante....uma trilha que exigiu, além de esforço físico, muita atenção, pois qualquer passo em falso poderia ter consequencias graves.
E imagina que interessante seria ter uma torção do tornozelo em pleno "meio do caminho"... então, com as super dicas do guia, lá fomos nós, mega atentos às pedras soltas, à correnteza, às aranhas de pedra, aos ninhos de cobras sinalizados e etc., e etc. que a vida selvagem pode trazer... (sério, havia pedras empilhadas, deixadas por outros guias, como forma de avisar que naquele local poderia ter ninho de cobras...)

Nas últimas duas horas eu não aguentava mais, meu joelho esquerdo começou a latejar, perdi uma das solas de meu tênis e comecei a rir, pois em momento algum estava ali por obrigação e sim por livre e espontânea vontade e, de certa forma, foi engraçado me dar conta disto.

Tirando as duas últimas horas, o restante foi indescritível, com um visual que nunca tinha visto antes e uma sensação de pequenez que a natureza sempre traz.
A máxima de que "O caminho das pedras sempre te conduz a um lugar especial" se aplicou.

A metáfora das pedras como obstáculos na vida não é por acaso.

Que graça teria conquistar facilmente os nossos objetivos? Não há dúvidas de que para as nossas mais importantes conquistas e êxitos sempre há muitas pedras no caminho ou no mínimo algumas aranhas ou um riozinho para atravessar.

segunda-feira, 9 de março de 2009

ARTE X AMIGOS II






















Ainda no quesito arte e amigos a temática, agora, é a fotografia.
As imagens acima são de Beto Rodrigues, fotógrafo profissional há mais de 15 anos e um do meus melhores "parceiros nos crimes", se é que você me entende.

Conheci ele através de uma colega da faculdade, num domingo de 2001, no antigo Escaler, no Bom fim . Mais tarde, ainda naquele ano, um tal de Bicudinho, também colega da faculdade e que era estagiário da empresa em que o Beto trabalha, tratou de nos aproximar novamente.

Aí, não teve mais jeito, nos apaixonamos.

O Beto tem um talento que vem se aprimorando com o tempo de uma maneira muito peculiar.
Cada novo trabalho que vejo dele consigo perceber a sua evolução.
Posso ser mais do que suspeita para falar, mas as fotos não me deixam mentir.
Seu acervo gira em torno de temáticas variadas, que vão desde a gastronomia até as artes.

A fotografia teve iniciou na vida de Beto Rodrigues quando, ainda adolescente, seus pais o presentearam com uma Kodak Instamatic 126mm. Um presente despretencioso, mas que se tornou determinante para a sua carreira.

Atualmente, ele compõe a equipe de Assessoria de Comunicação do Grupo CEEE e atua como fotógrafo free lancer para agências de publicidade, empresas e clientes.
Seu site está em construção, assim que estiver no ar eu o coloco aqui para você conhecer mais o acervo e o olhar deste ótimo e querido fotógrafo.
Para contatos imediatos com ele:

quarta-feira, 4 de março de 2009

ARTE X AMIGOS




Sou fã das pessoas que vivem da arte, especialmente quando são meus amigos.
Conviví intensamente, dos 4 aos 17 anos, com Marcela Reichelt, bailarina profissional, que atua no Grupo Cena 11 de Florianópolis e que acaba de ter seu trabalho reconhecido mais uma vez.
Ensaiamos nossos primeiros passos juntas, no palco, quando crianças.
Ela escolheu o caminho da dança e vem colhendo os frutos de uma vida dedicada à ela.
Reproduzo matéria veiculada no Diário Catarinense em 10 de fevereiro de 2009.

Papel em movimento
Jacqueline Iensen
Diário Catarinense

Quando tinha quatro anos, Marcela Reichelt deu seus primeiros passinhos numa escola de balé, em Porto Alegre. A menina de pele alva, cabelos pretos e olhar expressivo cresceu às voltas com as sapatilhas, os aplausos e uma intensa rotina de exercícios. Hoje, aos 29 anos, a bailarina que integra o elenco do arrojado Grupo Cena 11 festeja a seleção do projeto Como Risco em Papel no
13º Cultura Inglesa Festival.

Com as credenciais de quem atua há sete anos no Cena 11, o trabalho concebido por Marcela está gerando muita expectativa. Primeiro pela atitude inovadora da bailarina, que tem no espetáculo uma oportunidade de dar sequencia às suas pesquisas. Segundo porque usa como referência a obra do artista plástico britânico Peter Greenaway. Portanto não espere nada linear, retilíneo, limpo, mas um jogo de cenas que revelam um modo muito particular de ler a vida por meio da dança.Ainda em fase de execução, a bailarina e também diretora conta que seu Como Risco em Papel é uma grande colagem.

– A ideia é trabalhar uma complementação de imagens com movimentos ao vivo – observa.
Mas a cabeça inquieta de Marcela não faz apenas transposição da obra de Greenaway do papel para o palco.
– Eu apenas sigo a temática, não faço uma cópia fiel do trabalho dele. Eu retrabalho referências onde a música, a imagem, o movimento do corpo e das cenas ganham um novo sentido tanto para mim quanto para quem assiste – diz a jovem que, com objetos de cena e vídeo, vai explorar a rica produção deste artista, formada por pinturas, colagens, desenhos, vídeos e fotografias.

Marcela não está sozinha nesta empreitada. Ao seu lado, outros cinco gabaritados profissionais dão forma e conteúdo ao projeto, um dos 12 vencedores entre quase 300 concorrentes que participaram do edital do Cultura Inglesa. Como Risco em Papel tem direção e concepção de Marcela, direção musical de Diogo de Haro, concepção visual de Tiago Romagnani, produção de Phelipe Janning e Marcos Klann e ilustrações de Pedro Franz. Um grupo que integra a elite da nova geração de artistas de Santa Catarina.

A 13ª edição do Cultura Inglesa será realizada entre os dias 5 e 23 de maio no Centro Brasileiro Britânico, em São Paulo, e contempla, além da dança, teatro (adulto e e infantil), cinema digital; e trouxe neste ano algumas novidades. Além de distribuir R$ 496 mil para a execução dos selecionados na área de teatro (adulto e infantil), pela primeira vez os artistas puderam inscrever projetos inspirados na literatura e na poesia britânica – e não apenas em textos dramatúrgicos. Na área de Cinema Digital, além de serem exibidos nas filiais da Cultura Inglesa, os curtas-metragens terão apresentações itinerantes em cine-caminhões, cuja programação ainda não foi divulgada.

terça-feira, 3 de março de 2009

CEDEJOR

E não é que tá rendendo o artigo aquele ainda.
O Centro de Desenvolvimento do Jovem Rural - CEDEJOR - com sede aqui em Porto Alegre, também entrou em contato para publicar o meu texto, está lá, com minha fotinho e tudo como artigo inaugural do site deles, http://www.cedejor.org.br/, na página inicial.
O CEDEJOR é uma OSCIP (organização da sociedade civil de interesse público) que surgiu através de um grande processo de mobilização e de debates entre lideranças do meio rural, representantes da sociedade, do Instituto Souza Cruz, da academia e de pessoas ligadas aos poderes públicos para a implementação do Programa de Empreendedorismo do Jovem Rural (PEJR).
O público para o qual suas atividades são priorizadas é a juventude rural. Jovens com idade entre 16 e 24 anos, que preferencialmente tenham concluído o ensino médio e que pretendam desenvolver projetos e empreendimentos que possuem como base o desenvolvimento sustentável e o fortalecimento do tecido sócio-organizativo do meio rural.

segunda-feira, 2 de março de 2009

I'm back!


Depois de um carnaval na companhia de pessoas especiais estou de volta ao contexto urbano.
Teve baile de máscaras e tudo, as risadas foram constantes e as caipirinhas também.

Com exceção de uma noite, que consegui pegar a padaria já aberta às 7h da manhã, o restante foi bem tranquilo, com jantinhas maravilhosas que contemplaram todos os gostos através de um cardápio variado. Tivemos desde uma moqueca "degósa", feita pelos "dêgos", até pizzas caseiras com pizzaiolo private.

Tudo regado a muita coca-cola e leite com nescau, of course!

Suzy, our friend from France, se fez presente em todas as noites e acalorou nossos papos e risadas!

Rolou até uma junção de amigos queridos da cena musical porto alegrense por lá, o que foi bem interessante observar as pessoas fora de seus circuitos habituais e sob outra atmosfera.

Acho que a praia dá leveza para as pessoas, mas para aquelas que já se encontram num estado relativamente sereno, do contrário, a magia da orla deixa transparecer mais ainda as angústias, os medos e os nossos vícios emocionais.

Papo de doido esse!

E por falar em loucuras, a Simone e o Sartre continuam me deixando de cabelo em pé.

Agora, ela perdeu o emprego na Universidade por causa da repercussão de uma queixa ao Ministério da Educação Francês, vinda da mãe de Nathalie Sorokine, uma aluna de bacharelado de Simone, que virou sua melhor amiga e amante. Todo o "clã" Sartre foi convocado a depor, e muito bem instruídos, negaram tudo. Por falta de provas o caso foi encerrado, mas todo o auê em torno do acontecido fez com que o reitor da Universidade de Paris desligasse Simone de Beauvoir do corpo docente. "Simone não possuia domicílio fixo, morava em hotéis, corrigia os trabalhos dos alunos em cafés, e, numa época em que a França tentava urgentemente restaurar os valores morais, dava aulas sobre os escritores homossexuais Proust e Gide".

Mesmo suas credenciais acadêmicas sendo impecáveis, Simone teve que deixar de lecionar por causa da moral e dos bons costumes. Após 12 anos dedicados as aulas, ela iniciou com mais afinco seu viés de escritora, o que lhe rendeu muitas viagens e meetings com gente interessantíssima, como Albert Camus.

Além de ser apresentada à Picasso e almoçar com ele e sua amante, Dora Maar, diversas vezes, em um restaurante catalão que tinha vista para o rio Sena. Em suas memórias, Simone conta que Picasso "sempre os recebia com uma vivacidade esfuziante e que embora tivesse uma conversa brilhante e alegre, não se conversava exatamente com ele. Antes, podia-se vê-lo monologando".

Isso é coisa de doido total! E ele era um completo doido!!

Voltaremos!