Depois de um carnaval na companhia de pessoas especiais estou de volta ao contexto urbano.
Teve baile de máscaras e tudo, as risadas foram constantes e as caipirinhas também.
Com exceção de uma noite, que consegui pegar a padaria já aberta às 7h da manhã, o restante foi bem tranquilo, com jantinhas maravilhosas que contemplaram todos os gostos através de um cardápio variado. Tivemos desde uma moqueca "degósa", feita pelos "dêgos", até pizzas caseiras com pizzaiolo private.
Tudo regado a muita coca-cola e leite com nescau, of course!
Suzy, our friend from France, se fez presente em todas as noites e acalorou nossos papos e risadas!
Rolou até uma junção de amigos queridos da cena musical porto alegrense por lá, o que foi bem interessante observar as pessoas fora de seus circuitos habituais e sob outra atmosfera.
Acho que a praia dá leveza para as pessoas, mas para aquelas que já se encontram num estado relativamente sereno, do contrário, a magia da orla deixa transparecer mais ainda as angústias, os medos e os nossos vícios emocionais.
Papo de doido esse!
E por falar em loucuras, a Simone e o Sartre continuam me deixando de cabelo em pé.
Agora, ela perdeu o emprego na Universidade por causa da repercussão de uma queixa ao Ministério da Educação Francês, vinda da mãe de Nathalie Sorokine, uma aluna de bacharelado de Simone, que virou sua melhor amiga e amante. Todo o "clã" Sartre foi convocado a depor, e muito bem instruídos, negaram tudo. Por falta de provas o caso foi encerrado, mas todo o auê em torno do acontecido fez com que o reitor da Universidade de Paris desligasse Simone de Beauvoir do corpo docente. "Simone não possuia domicílio fixo, morava em hotéis, corrigia os trabalhos dos alunos em cafés, e, numa época em que a França tentava urgentemente restaurar os valores morais, dava aulas sobre os escritores homossexuais Proust e Gide".
Mesmo suas credenciais acadêmicas sendo impecáveis, Simone teve que deixar de lecionar por causa da moral e dos bons costumes. Após 12 anos dedicados as aulas, ela iniciou com mais afinco seu viés de escritora, o que lhe rendeu muitas viagens e meetings com gente interessantíssima, como Albert Camus.
Além de ser apresentada à Picasso e almoçar com ele e sua amante, Dora Maar, diversas vezes, em um restaurante catalão que tinha vista para o rio Sena. Em suas memórias, Simone conta que Picasso "sempre os recebia com uma vivacidade esfuziante e que embora tivesse uma conversa brilhante e alegre, não se conversava exatamente com ele. Antes, podia-se vê-lo monologando".
Isso é coisa de doido total! E ele era um completo doido!!
Voltaremos!
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