quarta-feira, 4 de março de 2009

ARTE X AMIGOS




Sou fã das pessoas que vivem da arte, especialmente quando são meus amigos.
Conviví intensamente, dos 4 aos 17 anos, com Marcela Reichelt, bailarina profissional, que atua no Grupo Cena 11 de Florianópolis e que acaba de ter seu trabalho reconhecido mais uma vez.
Ensaiamos nossos primeiros passos juntas, no palco, quando crianças.
Ela escolheu o caminho da dança e vem colhendo os frutos de uma vida dedicada à ela.
Reproduzo matéria veiculada no Diário Catarinense em 10 de fevereiro de 2009.

Papel em movimento
Jacqueline Iensen
Diário Catarinense

Quando tinha quatro anos, Marcela Reichelt deu seus primeiros passinhos numa escola de balé, em Porto Alegre. A menina de pele alva, cabelos pretos e olhar expressivo cresceu às voltas com as sapatilhas, os aplausos e uma intensa rotina de exercícios. Hoje, aos 29 anos, a bailarina que integra o elenco do arrojado Grupo Cena 11 festeja a seleção do projeto Como Risco em Papel no
13º Cultura Inglesa Festival.

Com as credenciais de quem atua há sete anos no Cena 11, o trabalho concebido por Marcela está gerando muita expectativa. Primeiro pela atitude inovadora da bailarina, que tem no espetáculo uma oportunidade de dar sequencia às suas pesquisas. Segundo porque usa como referência a obra do artista plástico britânico Peter Greenaway. Portanto não espere nada linear, retilíneo, limpo, mas um jogo de cenas que revelam um modo muito particular de ler a vida por meio da dança.Ainda em fase de execução, a bailarina e também diretora conta que seu Como Risco em Papel é uma grande colagem.

– A ideia é trabalhar uma complementação de imagens com movimentos ao vivo – observa.
Mas a cabeça inquieta de Marcela não faz apenas transposição da obra de Greenaway do papel para o palco.
– Eu apenas sigo a temática, não faço uma cópia fiel do trabalho dele. Eu retrabalho referências onde a música, a imagem, o movimento do corpo e das cenas ganham um novo sentido tanto para mim quanto para quem assiste – diz a jovem que, com objetos de cena e vídeo, vai explorar a rica produção deste artista, formada por pinturas, colagens, desenhos, vídeos e fotografias.

Marcela não está sozinha nesta empreitada. Ao seu lado, outros cinco gabaritados profissionais dão forma e conteúdo ao projeto, um dos 12 vencedores entre quase 300 concorrentes que participaram do edital do Cultura Inglesa. Como Risco em Papel tem direção e concepção de Marcela, direção musical de Diogo de Haro, concepção visual de Tiago Romagnani, produção de Phelipe Janning e Marcos Klann e ilustrações de Pedro Franz. Um grupo que integra a elite da nova geração de artistas de Santa Catarina.

A 13ª edição do Cultura Inglesa será realizada entre os dias 5 e 23 de maio no Centro Brasileiro Britânico, em São Paulo, e contempla, além da dança, teatro (adulto e e infantil), cinema digital; e trouxe neste ano algumas novidades. Além de distribuir R$ 496 mil para a execução dos selecionados na área de teatro (adulto e infantil), pela primeira vez os artistas puderam inscrever projetos inspirados na literatura e na poesia britânica – e não apenas em textos dramatúrgicos. Na área de Cinema Digital, além de serem exibidos nas filiais da Cultura Inglesa, os curtas-metragens terão apresentações itinerantes em cine-caminhões, cuja programação ainda não foi divulgada.

Um comentário: